do meu amor aos animais

Não gosto. Não consigo. 

Sou capaz de me derreter toda a ver fotografias de gatinhos e cãezinhos e mimimimizinhos mas não me tirem os ditos do ecrã do computador. É o desatino. Cães então, é o pânico. Mas pânico a sério. You see, eu sofro de cinofobia em estado primário. Traduzido por miúdos, e com a ajuda preciosa da Wikipédia, "a cinofobia é o medo irracional de cães. É um medo muito comum na sua versão mais branda, quando não chega a ser considerado uma fobia propriamente dita. Pessoas com cinofobia geralmente passaram experiências traumáticas com cães no passado, como serem mordidas ou atacadas quando crianças, ponto a partir do qual a fobia começou a se manifestar".

Lembro-me como se fosse hoje: eu e a minha mãe, vindas do infantário, num belo final de tarde de 1995. De repente, salta o Snoopy para o meio do caminho a ranger a dentadura e a ladrar como se estivesse a disputar o último bife do bairro. Raios partam aquele rafeiro branco e gordo, que até nem era muito dado à violência. Naquele dia não devia estar bem com o mundo e toca de traumatizar criancinhas inocentes. Devo dizer que, a partir desse dia, lá em casa nunca mais se ouviu "oh mãe, quero um cãozinho!". Portanto, já sabem, se virem alguém a fugir de um caniche como se de um rottweiler se tratasse, that's me.

Mas bom, isto tudo para dizer que, desde que fui para Itália, que ando com estas criaturas na cabeça. 

O Napoleão, como eu e a M. tão carinhosamente apelidámos este espécime da raça canina, poderia muito bem servir de terapia para aqui a je ultrapassar a cinofobia que a apoquenta desde os 5 anos de idade. Com esforço, afinco e muita ajuda psicológica a coisa dava-se. A coisa dava-se e eu deixava de dar voltas de 500 metros para chegar a sítios que estão mesmo ao virar da esquina. Portanto, aceito donativos para a concretização da terapia. Acreditem que estão a fazer um favor a mim e ao mundo que me rodeia. Agradecida.